quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Tarefa de Português

Essa historia eu criei na minha tarefa de português e gostei muito, mas não tem nome. Então la vai:



Estava uma noite chuvosa, comum no mês de novembro, já passava da meia-noite quando ele apontou no fim da rua. Um homem velho, alto e magro, com roupas que um dia foram elegantes: um Smoking esfarrapado, uma calça rasgada na altura das canelas, um sapato enlameado, uma cartola já pequena demais, perdida entre aqueles fios de cabelos ralos. Na mão uma mala grande e no ombro um pequeno rato. Não sei como, não sei porque, mas eu, de alguma forma, sabia que ele estava rumando para a velha mansão abandonada ao lado da minha casa.
No fim de semana seguido daquela noite meus pais viajaram e me deixaram sozinho, eu, como um adolescente comum, chamei alguns poucos amigos para uma festa em casa. Tudo estava normal, tranquilo, até que um pequeno rato apareceu na cozinha. O pobre coitado nem teve chances de se esconder: peguei meu sapato e arremessei na sua direção. Num baque surdo o rato foi atingido e morto. Foi o pior erro que já cometi! Assim que o sapato atingiu o rato, ouvi um grito na velha mansão, um grito indescritível, de raiva, desespero e dor.
Alguns minutos depois a campainha de minha casa toca, quando eu atendo, por algum motivo desconhecido, não fico surpreso ao ver parado na minha frente um homem magro, alto e velho com roupas elegantes e velhas segurando uma mala. Totalmente calado, ele entra em minha casa, vai até a cozinha, pega o cadáver do rato o coloca em sua mala e sai sem dizer uma palavra. Alguns minutos depois o homem se atira do telhado. A ambulância foi rápida, mas não o suficiente. O velho homem se matou por causa de um rato.
Naturalmente a festa acabou, naturalmente meus amigos foram embora e naturalmente eu fui dormir. Deitei com a roupa do corpo, eu estava acabado, cansado, louco para o dia acabar logo, mas no momento em que acomodei, meu sangue gelou e senti um arrepio do cranio até a base da espinha. Como num flash, vi o rosto do homem na minha janela, um rosto frio e pálido, com olhos faiscando de ódio. Mas no instante seguinte, não estava mais lá, tentei me convencer que foi apenas o reflexo de algo no vidro, ou mesmo uma alucinação causada pelos acontecimentos da noite, e com esse pensamento eu dormi. Não foi um sono tranquilo. Dormi muito mal, tive pesadelos terríveis, mas nada comparado com o momento em que acordei.
Assim que abri os olhos pensei que estava cego, não conseguia enxergar um palmo a minha frente. logo em seguida me dei conta que eu estava apertado, não conseguia nem me levantar, nem esticar as pernas. Levei a mão ao meu bolso e peguei um pequeno isqueiro. Ao acende-lo não acreditei em meus olhos. A alguns centímetros do meu rosto estava o corpo morto de um rato. Eu estava preso na mala! Eu estava preso na maldita mala daquele maldito homem!

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